Defensor Oficioso

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25 novembro 2006

O desfecho do 25 de Novembro de 1975 foi 'resolvido' em directo na televisão

O actual figurino político português ficou definido com o 25 de Novembro de 1975. Ano e meio após o 25 de Abril, que derrubou o regime fascista, novo confronto militar derrotava as facções ideológico-militares que preconizavam o poder popular e fazia vigorar os princípios da democracia representativa. Numa leitura simplista, as teses da extrema-esquerda (e, também, do PCP) não resistiam ao sistema defendido por PS, PSD e CDS.

No campo militar, as forças lideradas por Vasco Lourenço, que estava no Palácio de Belém com o então Presidente da República, Costa Gomes, e por Ramalho Eanes, que chefiava as operações no Regimento de Comandos da Amadora, batiam as unidades militares que responderiam, entre outros, às ordens de Otelo ou de oficiais comunistas - sobretudo porque tinham um plano e uma cadeia de comando, já que, à partida, o potencial bélico da chamada esquerda militar era superior.

O episódio simbólico da mudança na correlação de forças, nesse período que durou de 24 a 28 de Novembro, é quase anedótico. No dia 25, o (então) capitão Duran Clemente - segundo-comandante da Escola Prática de Administração Militar, que tinha ocupado a RTP - falava em directo na televisão, explicando as teses da facção mais esquerdista. De súbito, começa a dizer que lhe estão a fazer sinais, pois parece que há problemas técnicos, anunciando que voltará ao ar quando tudo estiver resolvido. Entretanto, a imagem do oficial fardado é substituída pela de Danny Kaye, no filme O Bobo da Corte.
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